DEPRESSÃO EM IDOSOS ASSOCIADA À DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
Resumo
INTRODUÇÃO: A depressão é caracterizada por um período mínimo de duas semanas marcado por tristeza profunda, desinteresse em atividades que eram prazerosas para o indivíduo, além de prejudicar atividades diárias [1]. Em idosos, sua incidência é de cerca de 22% dos homens e 28% de mulheres acima de 65 anos, em razão da vulnerabilidade decorrente de alterações morfofuncionais relacionadas à idade [2,3]. Dentre essas mudanças, destacam-se a deficiência na síntese e o declínio no metabolismo da vitamina D, a qual pode ser obtida através da dieta, suplementação e exposição solar [4]. Suas funções sobre a depressão envolvem a redução da toxicidade neuronal pela regulação dos níveis de cálcio, neurogênese e a produção de neurotransmissores monoaminérgicos responsáveis pelo humor [3,5]. OBJETIVOS: Esclarecer a associação entre deficiência de vitamina D e a predisposição à depressão em idosos. METODOLOGIA: Foram realizadas buscas na página eletrônica da Organização Pan-Americana de Saúde Brasil e na base de dados PubMed com os descritores “depression AND elderly AND vitamin D AND prevention”, com filtro de 5 anos e sem restrição de idioma. Obteve-se um total de 49 artigos, dos quais 6 foram selecionados para a fundamentação deste trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A atividade neuronal da vitamina D é mediada pela conversão em sua forma ativa pela enzima 1α-hidroxilase e pela presença de seu receptor no sistema nervoso central, especialmente em áreas do sistema límbico [2]. Em estudo chinês, dos 940 indivíduos longevos analisados, a deficiência de vitamina D, observada em 39,8%, aumentou a probabilidade do desenvolvimento de depressão em 27,9.% a 38,8% [3]. Em outro estudo europeu com 16.020 participantes, aproximadamente 56% apresentaram níveis elevados de depressão/ansiedade. Desses, cerca de 49,2% (n=7878) relataram melhora após um ano com suplementação de vitamina D associada a outras vitaminas [6]. Além disso, 97,2% dos pacientes com depressão grave/extrema (n=829), também manifestaram melhora após o tratamento ao apresentarem níveis séricos maiores que 100 nmol/L de vitamina D [6]. CONCLUSÃO: Em suma, torna-se evidente a relação entre deficiência de vitamina D em idosos com depressão. A reposição dessa vitamina associada a outros suplementos é uma alternativa promissora para o tratamento e prevenção da depressão em pacientes geriátricos, em razão de múltiplos benefícios à saúde neurológica e sua elevada prevalência nesses indivíduos.
Referências
OPAS. Organização Pan-Americana de Saúde. Depressão: o que você precisa saber. 2016. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php? option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822>. Acesso em: 2 jul. 2020.
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<https://pubmed.ncbi.nlm.nihgov/29316987/>. Acesso em: 2 jul. 2020.
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<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6114877/>. Acesso em: 2 jul. 2020.
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DE OLIVEIRA, C.; HIRANI, V.; BIDDULPH, J.P. Associations Between Vitamin D Levels and Depressive Symptoms in Later Life: Evidence From the English Longitudinal Study of Ageing (ELSA). The journals of gerontology. Series A, Biological sciences and medical sciences, v.73, n.10, 1377-1382, set. 2018. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28977344/>. Acesso em: 2 jul. 2020.
KIMBALL, S.M.; MIRHOSSEINI, N.; RUCKLIDGE, J. Database Analysis of Depression and Anxiety in a Community Sample-Response to a Micronutrient Intervention. Nutrients, v.10, n.2, p.152, jan. 2018. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5852728/>. Acesso em: 2 jul. 2020.