DISTÚRBIOS COGNITIVOS ASSOCIADOS AO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS
Resumo
Introdução: À medida em que a população idosa aumenta, há maior preocupação em estratégias capazes de diagnosticar e tratar os distúrbios cognitivos. Tratamentos não farmacológicos podem ser a chave para manutenção da independência e autonomia da população com idade avançada1-
2. Idosos fisicamente ativos apresentam melhores pontuações em testes de memória e de qualidade de vida quando comparados aos insuficientemente ativos3. Nesse sentido, a atividade física pode ser considerada alternativa de baixo custo para minimização dos efeitos deletérios da idade. Aspectos relacionados à saúde dos idosos, como memória, mobilidade, qualidade de vida e desempenho intelectual pode ser mantida, e até mesmo otimizados, com a prática de atividade física regular4-5. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi identificar a presença distúrbios cognitivos e sua associação com o nível de atividade física em idosos. Métodos: o estudo foi transversal, descritivo e analítico, com coleta de dados primários e secundários oriundo de um recorte de dissertação. A capacidade cognitiva dos idosos foi identificada por meio do Mini Exame do Estado Mental. O nível de atividade física foi identificado por meio do International Physical Activity Questionnaire versão 8, forma longa. Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos do Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR, aprovado sob o parecer 1.423.637/2015. Resultados: foram avaliados 180 idosos do município de Porto Rico, Paraná. Destes, 60,56% eram mulheres e 39,44% eram homens. A média de idade foi de 70,82 (±7,98) anos. A maioria (82,22%) dos(as) idosos(as) apresentou distúrbios cognitivos e 89,44% foram classificados(as) como ativos(as) fisicamente. Não houve associação significativa entre distúrbio cognitivo e nível de atividade física. Associação estatisticamente significativa (p<0,05) foi observada entre distúrbio cognitivo, grupo etário e situação ocupacional. Da mesma forma, entre o nível de atividade física, sexo, grupo etário e renda familiar. Pode-se observar que em relação à idade, embora a prevalência de distúrbio cognitivo tenha sido maior no grupo etário dos 60 aos 69 anos (45,95%), a prevalência, quando analisada isoladamente por grupo etário, foi maior no grupo etário dos 80 anos e mais. Ressalta-se que dos 23 idosos desse grupo, todos (100%) apresentaram distúrbio cognitivo. Nos demais grupos etários a prevalência aumentou conforme a idade avançou. Dos 88 indivíduos com idade entre 60 e 69 anos, 77,27% apresentavam distúrbio cognitivo e dos 69 idosos com idade entre 70 e 79 anos, 82,60% apresentavam distúrbio cognitivo. Associação estatisticamente significativa também foi observada entre distúrbio cognitivo e a situação ocupacional (p=0,007), pois aqueles que se encontravam inativos e possuíam distúrbio cognitivo representaram 63,51% dos idosos. Já os que se encontravam inativos e não possuíam déficit cognitivo corresponderam a 37,50%. Conclusão: a maioria dos idosos são ativos fisicamente, embora esse quadro não esteja associado à presença ou não de distúrbios cognitivos.
Referências
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