EFEITOS DO CONDICIONAMENTO FÍSICO SOBRE A IMUNOSSENESCÊNCIA

Autores

  • Ana Beatriz Ferreira
  • Flávia Shwenck
  • Gabriella Coni

Resumo

 Introdução: O processo de envelhecimento é um fenômeno que faz com que o organismo sofra inúmeras alterações morfológicas e funcionais do sistema imunológico: Imunossenescência. Esse quadro contribui na maior suscetibilidade a infecções, tumores, doenças auto-imunes e redução da resposta vacinal¹. Assim, intervenções incluindo exercícios físicos foram propostas para a restauração da função imunológica em idosos. O objetivo proposto é entender a atividade física como influenciadora da longevidade humana, realizando um levantamento sobre os principais efeitos sobre a expressão de células do sistema imune. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura cientifica, baseada em dados do PubMed, SciELO e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Foram selecionados apenas os artigos e resumos que atendiam ao objetivo proposto sobre o tema, abordando os anos de 2004 a 2013. Foram excluídos revisões de literatura e os estudos com foco especificamente sobre doenças na imunossenescência. Os resultados da busca forneceram uma análise de seis artigos distribuídos em estudos publicados em inglês e português. Resultados e Discussão: A imunossenescência apresenta alterações celulares e moleculares as quais levam a um estado de debilitação do sistema imunológico, sendo os linfócitos T as células efetoras da resposta celular que mais sofrem os efeitos do envelhecimento2. Observa- se que, além da diminuída resposta imune inata e adaptativa, há um aumento da expressão de moléculas inflamatórias  circulantes  e  do  número  de  células  natural  Killer  (NK),  o  chamado inflammaging, fato ocasionado pelo envelhecimento 3. A partir disso, com o levantamento das pesquisas, foi apontado que a atividade física moderada em longo prazo entre os idosos mostram ter benefícios em relação à atividade imunológica das células, incluindo a redução do risco de doenças infecciosas e o aumento da velocidade da eficácia da vacina. Segundo relatos, o exercício físico habitual pode verificar certos aspectos do declínio relacionado à idade na função das células T4. As melhorias também funcionam regulando as respostas imunes, reforçando a atividade das células NK e equilibrando o balanço das citocinas proinflamatórias e anti- inflamatórias, coordenando uma melhor resposta aos antígenos e minimizando os efeitos nocivos do envelhecimento nos aspectos imunológicos5. Conclusão: Embora ainda não exista um consenso quanto ao tipo de exercício mais eficaz, é enfatizado a prática  de  exercícios  resistidos. Esta revisão resume as principais conclusões dos estudos e propõe orientações para futuras explorações, pois muitas questões ainda persistem, como: o tipo do exercício, os mecanismos envolvidos e o potencial do impacto clínico, principalmente nos mais debilitados. Considerando os estudos já presentes, nos permite inferir que o aumento de programas de atividade física e uma melhora do condicionamento físico podem resultar em benefícios na saúde das populações geriátricas6. É relevante salientar que a prescrição de exercício para idosos requer criteriosa avaliação médica, evitando o possível surgimento de lesões.

Referências

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Publicado

2020-11-16

Edição

Seção

Artigos