ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO BRASIL EM INDIVÍDUOS COM IDADE SUPERIOR A 60 ANOS ENTRE 2019 E 2020
Resumo
INTRODUÇÃO: Insuficiência cardíaca é uma patologia definida pela incapacidade do coração bombear sangue de forma adequada e suficiente, o que compromete o suporte de oxigênio e nutrientes para o corpo. Tal fato decorre habitualmente da redução da contratilidade do miocárdio em razão do fluxo sanguíneo coronariano reduzido[1]. Sob esse viés, fatores como sexo masculino, obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, contribuem para o surgimento a doença[2,3]. Dessa forma, a insuficiência cardíaca corresponde a principal causa de hospitalizações no Brasil em idosos, cuja taxa de mortalidade equivale a 15%[2,4]. OBJETIVOS: Analisar a mortalidade de idosos por insuficiência cardíaca no Brasil.
METODOLOGIA: Realizou-se um estudo transversal retrospectivo, com abordagem quantitativa, através de dados epidemiológicos obtidos do DATASUS referente às mortes de idosos no âmbito hospitalar por insuficiência cardíaca, durante o período de maio de 2019 à maio de 2020 no Brasil. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período analisado, foram notificados 19.798 óbitos por insuficiência cardíaca na população geriátrica. Observou-se maior incidência de mortes na faixa etária de 80 anos ou mais com 8.111 (41%), seguido por 70-79 anos com 6.692 (33,8%) e 60-69 com 4.995 (25,2%). Em outros estudos, estimou-se que há 26 milhões de pessoas com insuficiência cardíaca em todo o mundo. Outrossim, os sintomas dessa enfermidade podem se agravar de forma súbita e recorrente, o que resulta na redução da qualidade de vida e aumento das internações pelo declínio exponencial da função cardíaca. Ademais, a reospitalização dos pacientes em 6 meses foi verificada em 30% a 40% e condições como comorbidades, congestão e lesão em órgãos alvos favorecem essa reincidência[4]. CONCLUSÃO: Em suma, torna-se evidente que a taxa de mortalidade por insuficiência cardíaca eleva-se ao avançar da idade. Desse modo, a mudança no estilo de vida é imprescindível para prevenção, no entanto, quando acometido, faz-se necessário uma detecção precoce, além de um acompanhamento individualizado por profissional qualificado. Assim, será possível melhorar o prognóstico desses pacientes, com promoção de maior qualidade de vida e, ainda, diminuição de risco de reospitalização.
Referências
- SOUZA, M.P. et al. Perfil epidemiológico de idoso com insuficiência cardíaca na unidade de terapia intensiva. Revista Enfermagem Contemporânea, v.6, n.1, p.42-48, abr. 2017. doi: http://dx.doi.org/10.17267/2317-3378rec.v6i1.1164. Acesso em: 13 jul. 2020.
- NASCIMENTO, W.O. et al. Perfil do idoso com insuficiência cardíaca internado em um hospital de urgência. Cogitare Enferm., v.21, n.4, p.01-10. out.-dez. 2016. doi:
http://dx.doi.org/10.5380/ce.v21i4.47084. Acesso em: 13 jul. 2020
- POFFO, M.R. et al. Perfil dos Pacientes Internados por Insuficiência Cardíaca em Hospital Terciário. International Journal of Cardiovascular Sciences., v.30 n.3, p.189-198, 31 jan. 2017. doi: 10.5935/2359-4802.20170044. Acesso em: 13 jul. 2020
- MESQUITA, E.T. et al. Entendendo a Hospitalização em Pacientes com Insuficiência Cardíaca. Int. J. Cardiovasc. Sci., v.30, n.1, p.81-90, jan.-feb. 2017. https://doi.org/10.5935/2359- 4802.20160060. Acesso em: 13 jul. 2020.