INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA NO IDOSO: COMO CONDUZIR?
Resumo
Introdução: A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) é uma síndrome multifatorial que tem aumentado a sua prevalência na população geriátrica.¹ A ICFEP representa cerca de 50% das insuficiências cardíacas e, apesar da introdução das medidas farmacológicas, a sobrevida dos pacientes permanecem em cerca de 5 anos.² A ICFEP é uma patologia que é frequentemente considerada uma causa de hospitalização e de consumo de recursos significativos, principalmente para idosos, apresentando baixa qualidade de vida e redução da aptidão física, logo, necessitando do controle efetivo dos sinais e sintomas.³ O presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão na literatura, destacando as condutas terapêuticas necessárias em relação à ICFEP em idosos que possam aumentar a qualidade de vida e o prognóstico. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica com bases de dados do PubMed, LILACS e Scielo. Os termos usados na busca foram baseados nos descritores em Ciência da Saúde (DECS): insuficiência cardíaca no idoso; fração de ejeção preservada. Foram selecionados estudos científicos nos idiomas português e inglês nos períodos de 2016 a 2020, somando-se 12 artigos. Resultados e discussão: A ICFEP é definida pela falência da função do miocárdio sem alterar a fração que é ejetada para a circulação sistêmica, ou seja, é uma disfunção diastólica secundária ao comprometimento do relaxamento do ventrículo caracterizada pela remodelagem concêntrica, causando um declínio funcional e a redução da qualidade de vida nos pacientes, classificando a ICFEP como uma nova síndrome geriátrica.4 Atualmente, ainda não existem evidências e estudos que especificam a identificação de tratamentos que melhorem diretamente o prognóstico da ICFEP, uma vez que se trata de uma doença com alta relevância clínica e epidemiológica, sendo a melhor conduta adotada na prática clínica o uso de medicamentos que diminuem a sintomatologia presente, por meio de diuréticos, antagonistas dos mineralocorticoides e beta-bloqueadores, além das modificações no estilo de vida, como a perda de peso e atividades físicas regulares. Outras estratégias que são relatadas baseiam-se no controle da pressão arterial sistêmica para previnir descompensações e hipertrofia ventricular, e na manutenção da frequência cardíaca afim de evitar a redução do tempo diastólico, ademais, o controle do ritmo sinusal é indicado também, uma vez que a disfunção diastólica ao longo dos anos pode levar ao remodelamento atrial e, consequentemente, à fibrilação atrial.5 É recomendado que nos pacientes geriátricos a conduta seja cautelosa, iniciando com uma classe de drogas e, posteriormente, adicionando outras classes se necessário, ademais, não há evidências de benefícios em atingir a dose alvo de cada classe.6 Notoriamente, as múltiplas comorbidades e fatores precipitantes relacionados à ICFEP devem ser controladas, como a pressão arterial sistêmica e fibrilações atriais, afim de alcançar melhores resultados. Ademais, devido aos diversos mecanismos relatados que podem ser considerados como
causadores da ICFEP, o tratamento é empírico, individualizado e multifatorial.7 Conclusão: Conclui-se que a ICFEP tem estado cada vez mais presente na população geriátrica, diminuindo a qualidade de vida e a capacidade funcional dos pacientes. Além disso, a conduta atualmente se baseia em aliviar a sintomatologia congestiva e controlar as outras comorbidades presentes, uma vez que ainda não exista uma terapia que tenha grandes efeitos no prognóstico.
Referências
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