A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS NO ALÍVIO DA DOR EM PACIENTES GERIÁTRICOS
Resumo
Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 34 milhões de pessoas morrem por ano no mundo por doenças crônico-degenerativas, incuráveis. Os cuidados paliativos surgem para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados por estas comorbidades, entretanto, ainda
há uma grande carência em diversos países para aderir o mesmo1 . A morte vai além da
destruição é essencial que haja o alívio da dor, uma vez que a longevidade vem aumentando sem necessariamente o consequente crescimento da qualidade de vida, o que explica a necessidade de estudar, em especial, os idosos 1. Diante do exposto, este estudo tem por objetivo identificar evidências científicas acerca das repercussões dos cuidados paliativos no alívio da dor em pacientes geriátricos. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa para mediar o levantamento do material bibliográfico na condução da pesquisa, foram realizadas buscas nas seguintes bases de dados Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE), Biblioteca virtual em saúde (BVS), ScientificElectronic Library Online (sciELO).Como estratégia de busca, foi utilizado os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical SubjectHeadings (MeSH): “Cuidados Paliativos”, “Alívio da dor” e “Geriatria” que foram combinados por meio do operador boleano AND. Para a seleção dos artigos, foram estabelecidos como critérios de inclusão, artigos obtidos na íntegra, publicações com recorte temporal entre 2011 a junho de 2020 nos idiomas inglês e português. Foram excluídos as teses, dissertações e monografias, os editoriais, cartas ao editor, estudos reflexivos, relatos de experiência e publicações duplicadas. Os artigos selecionados foram lidos na íntegra e analisados de acordo com o instrumento de coleta de dados, que constou de itens pertinentes à síntese desse estudo. Com isso, foram utilizados cerca de 10 artigos para a amostra. Ressalta-se que a análise crítica das publicações selecionadas foi considerada e tratada de forma descritiva, qualitativa e os resultados apresentados foram agrupados por semelhança, organizados em categorias temáticas e discutidos de forma a obter o saturamento dos dados. Resultados e discussão: No Brasil, a prática dos cuidados paliativos começou a surgir no início do século XXI, em que o Ministério de Saúde começou a investir em políticas de humanização no Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de melhorar a relação entre equipe de saúde e paciente propondo um melhor bem-estar do enfermo1, 4. O sofrimento do paciente idoso em cuidados paliativos envolve não apenas dor física, mas também psicológica e mental. Portanto, é primordial o cuidado familiar e profissional que possibilite que o idoso enfrente o processo de morrer e a morte de uma forma mais leve2. É imprescindível, durante esse período, uma comunicação fluida entre a equipe de saúde e a família, visando o controle dos sintomas, em especial da dor crônica. O tratamento da dor crônica está muito relacionado ao uso de analgésicos
- principalmente da morfina e derivados - e ao controle espiritual, social e psicológico do paciente, tendo como objetivo uma maior autonomia e menor sofrimento deste. Ademais, é comum entre os pacientes o sentimento de medo, insegurança e impotência que acabam sendo refletidos nos familiares. Por isso, a filosofia dos cuidados paliativos propõe uma abordagem da morte como processo natural da vida, respeitando e acompanhando todo o processo antecipado do luto da família e do doente 3. A partir da análise dos documentos foram traçados os temas “cuidados paliativos em idosos com câncer” e “analgesia como paliação em idosos”. Conclusão: É possível analisar e identificar que o conceito de dor engloba aspectos físicos, emocionais e sociais. Assim, o alívio da mesma em pacientes geriátricos deve integrar os cuidados paliativos, para que se veja o paciente como múltiplo e singular, não focando apenas na medicina curativa. Destarte, é importante esclarecer algumas ideias equivocadas acerca do tema, uma vez que os cuidados paliativos não antecipam a morte, nem prolongam o processo de morrer, pelo contrário a OMS indica que após a melhor compreensão do quadro, gera-se conforto e melhorar a qualidade de vida.5
Referências
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