O IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DA FAMÍLIA CUIDADORA DE IDOSO COM ALZHEIMER: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Resumo
INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento é algo natural que envolve mudanças físicas, cognitivas e emocionais. Com ele a incidência de doenças crônicas degenerativas aumenta. Como exemplo tem-se as demências, presentes em 3 a 11% das pessoas com mais de 65 anos e de 20 a 50% em idosos com mais de 85 anos, sendo prevalente a Doença de Alzheimer.1,2,3 Com isso, torna-se necessário a presença de cuidadores domiciliares o que envolve familiares, parentes ou terceirizados.4 O cuidador de um idoso com doença de Alzheimer é acometido por desgastes emocional, psicológico e financeiro, visto que o tratamento é dispendioso e o paciente perde gradualmente suas funções cognitivas evoluindo para quadros de total dependência. Devido a isso é necessário que aja uma remodelação da vida dos familiares afim de conviver com as implicações causadas pela doença, que por consequência têm sua qualidade de vida afetada1,4,5,6, podemos definir qualidade de vida como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida em relação a sua cultura e seu sistema de valores. Inclui seus objetivos, expectativas, padrões, preocupações, relações com o meio ambiente, seus aspectos físicos e psicológicos, seu grau de dependência e suas relações sociais e pessoais.1,4 Estudos demonstram que familiares cuidadores de idosos com demência demonstram maior cansaço, desgaste, revolta e depressão do que àqueles com familiares sem distúrbios neurodegenerativos.1,2,5,7Ademais, vale ressaltar aqui, que nem sempre o papel de cuidador é assumido por desejo, mas sim por conjuntura.7Esse fato é um importante potencializador de sintomas psicológicos.7 A principal causa desses sintomas psicológicos e mentais para o cuidador advém das dificuldades resultantes do comportamento perturbador do paciente.² Além disso, os cuidadores de idosos portadores de demência apresentam índices preocupantes de morbidade.1 É evidente a necessidade de uma maior abordagem social aos cuidadores de pacientes com demência para a melhora e a manutenção da qualidade de vida desses indivíduos, visto que a presença de doenças neuropsiquiátricas nos cuidadores apresenta relação com a amplitude do desgaste do cuidar.1,6Assim, ao considerar a importância de se conhecer a qualidade de vida dos familiares que cuidam de idosos com doenças neurodegenerativas este trabalho visa realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a qualidade de vida em cuidadores de idosos portadores de demência de Alzheimer. METODOLOGIA: Foram analisados os artigos com os descritores quality of life, caregivers, Alzheimer disease na base de dados PubMed e MedLine. Assim, foi realizada uma revisão sistemática de literatura. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A literatura aponta para consequências desfavoráveis na convivência com a doença de Alzheimer quando se trata da qualidade de vida do cuidador familiar, sendo preciso considerar uma análise minuciosa do fato. O cuidador é fonte de apoio para o enfrentar a dependência imposta pela demência. Dentro dessa perspectiva, a preocupação com o desenvolvimento de práticas de ações, que atendam às dimensões de qualidade de vida reúne-se em torno de uma significação inclusiva, flexível e dinâmica que leve em conta o valor da opinião do próprio cuidador. CONCLUSÃO: É preciso ter em mente que o cuidador é um ser constituinte do processo saúde-doença na Doença de Alzheimer que necessita de apoio em seus aspectos sociais, familiares e individuais. No momento em que o familiar passa a ter o papel de cuidador do idoso com Doença de Alzheimer este passa a vivenciar uma cascata de mudanças em sua rotina. Sem tal apoio o sujeito cuidador está fadado ao adoecimento que afetará ainda mais sua qualidade de vida e em segundo momento a qualidade de vida do idoso que necessita de seus cuidados. Por isso é importante conhecer a qualidade de vida dos cuidadores com o intuito de planejar intervenções de saúde voltadas a eles. Diante do exposto, é necessário que os profissionais de saúde estejam ativamente presentes na orientação aos cuidadores para o reconhecimento e manejo precoce dos desgastes sofridos por eles.
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