VIOLÊNCIA POR ARMA DE FOGO CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL

Resumo

A violência está presente nas relações humanas desde a antiguidade, mas o desenvolvimento científico e a constituição da modernidade forjou novas configurações de mundo e de sociabilidade, contribuindo para a formatação de múltiplas expressões da violência, que se projetam no cotidiano das relações sociais, no campo e nas cidades.

Atualmente é possível observar a partir de vários estudos, dentre os quais citamos Losacco (2010), Gentilli (2015), Waiselfisz (2016), Cabral e Trugilho (2015), um crescimento demasiado da violência no Brasil. Trata-se de um fenômeno de múltiplas faces e de natureza polissêmica, configurando-se como uma das distintas expressões da questão social em “cuja gênese e composição encontram-se inseridos fatores de ordenes política, econômica, social, cultural, de relação de gênero, dentre outros”, como afirmam Cabral e Trugilho (2015, p. 111).

Desse modo, enfrentamento da violência consiste em um desafio para as políticas públicas, problemática que de maneira indireta e direta atinge a todos os segmentos sociais e está para além de mera questão de segurança pública. Revela-se, poie em um problema de políticas públicas e de direitos humanos. A considerar-se que nas últimas décadas o número de mortes decorrentes de homicídios por armas de fogo passou a ser a principal causa de mortes precoces no país (WAISELFISZ, 2016).

Deste modo o presente trabalho tem como objetivo discutir a violência como as configurações dessa questão na especificidade da violência provocada por disparo de arma de fogo que vitimiza crianças e adolescentes.