A VELHICE EM UMA PERSPECTIVA BIOPSICOSSOCIAL: A SAÚDE MENTAL E O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Resumo
O envelhecimento populacional é uma realidade mundial. As projeções apontam para o fato de que em 2025 o Brasil será a sexta população idosa no mundo. Todavia, “em todos os países, o envelhecimento da população deriva dos mesmos fatores: a queda da mortalidade infantil (que contribui fortemente para o aumento da expectativa de vida ao nascer) e a queda da natalidade” (CARDOSO; DIETRICH; SOUZA, 2021, p.28).
Observa-se também, que “tanto a queda na taxa de natalidade quanto o aumento na expectativa de sobrevida têm como consequência o aumento na proporção de idosos na população”, implicando em “distintas políticas públicas” (CARDOSO; DIETRICH; SOUZA, 2021p.31), uma vez que, a estimativa é de que a população de idosos triplique nas próximas décadas. Essas implicações já vinham sendo discutidas, remetendo à necessidade de um atendimento adequado a essa população, visto que os modelos de saúde dos idosos desafiam os modelos tradicionais de cuidado existentes (KALACHE, 2014).
É neste contexto, que o envelhecimento populacional traz desafios para o campo da saúde pública, evidenciando a necessidade de compreensão das variáveis que afetam a saúde dos idosos em todos os seus sentidos, pois sabe-se que a expectativa de vida não depende apenas das condições biológica e genéticas dos seres humanos, mas sim de um processo influenciado por diversos fatores, como gênero, classe social, cultura, padrões de saúde individuais e coletivos da sociedade (KALACHE, 2014). Não se pode negar, entretanto, que “o envelhecimento impacta a sociedade integralmente, visto que os idosos podem ser acometidos de doenças físicas como mentais, levando-os a maior dependência, incapacidade e consequentes cuidados de sua família e/ou pessoas que os cercam (FILLIPIN; CASTRO, 2021, p.784).