EFICÁCIA E SEGURANÇA DO BOCHECHO COM ANTISSÉPTICOS BUCAIS PREVIAMENTE AO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Resumo
A pandemia causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2), responsável pela Coronavirus Disease (COVID-19), teve início no dia 11 de março de 2020 e desde então a Odontologia foi uma área intensamente afetada. Os dentistas adquiriram novos hábitos de biossegurança durante os atendimentos odontológicos, sendo um deles o bochecho realizado pelo paciente com antisséptico bucal previamente ao atendimento. A partir disso, buscamos por meio desta revisão de literatura uma análise sobre o uso e a eficácia contra o Coronavírus de bochechos com antissépticos bucais para aumentar a segurança durante o atendimento odontológico. Concluiu-se que, das substâncias mais utilizadas para realização dos bochechos previamente ao atendimento odontológico neste período pandêmico a clorexidina é a mais segura e tem boas propriedades antimicrobianas, mas até o momento não se mostrou eficaz contra o SARS-CoV-2; já o peróxido de hidrogênio se mostra eficaz contra o Coronavírus, mas possui um potencial citotóxico; a iodopovidona a 0,2% também mostra eficiência contra o vírus, porém tem potencial de aumentar o risco de processos alérgicos; e, por fim, observamos o cloreto de cetilpiridínio a 0,05%, que é indicado para gargarejo em casos em que o paciente apresente dor de garganta. Não há evidências de que o bochecho com alguma dessas substâncias pode impedir ou reduzir a transmissão do vírus, mas, apesar de não haver um consenso científico sobre sua eficácia o mesmo tem sido recomendado pela maior parte das agências reguladoras internacionais, isso porque se trata de mais uma barreira de proteção contra o novo Coronavírus, mesmo que por um curto período de tempo.
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