QUALIDADE DE VIDA EM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO: A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA FAMINAS MURIAÉ
DOI:
https://doi.org/10.21576/pa.2022v20i2.3308Palavras-chave:
Estudantes de Medicina, Qualidade de Vida, Saúde Mental.Resumo
O ingresso do jovem na universidade representa uma transição complexa da adolescência para a vida adulta, sendo carregada de problemas psicológicos que afetam a qualidade de vida. É sabido que o número de pessoas diagnosticadas com transtornos mentais passou por um grande crescimento e acredita-se que a sua prevalência no ensino superior chegue a 25%. Questões como a transição para a vida adulta, a saída da casa dos pais, pressões acadêmicas, problemas sociais e financeiros corroboram na gênese do processo. Assim, o objetivo do presente trabalho foi analisar a percepção dos acadêmicos de medicina da Faminas Muriaé frente à qualidade de vida em ambiente universitário. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa e de delineamento transversal, com 115 estudantes, na qual foram utilizados dois questionários: WHOQOL-bref e a Escala de Bem-Estar Subjetivo. A análise dos dados mostrou que, embora mais de 50% dos participantes considere sua qualidade de vida boa ou muito boa, 73,04% já apresentou alguma dificuldade significativa ou crise emocional que interferiu no desempenho acadêmico. Além disso, 35,65% dos estudantes mostrou não ter energia suficiente e 59,12% necessita de algum tipo de tratamento médico para realizar as atividades diárias. Também cabe destacar a pouca disponibilidade para atividade de lazer, além da insatisfação com o sono e alta frequência de sentimentos negativos. O quesito mais bem avaliado foi acerca do meio ambiente, através da satisfação com os meios de transporte, saúde e moradia. Assim, os dados mostram que os participantes possuem um comprometimento da sua qualidade de vida, sendo a saúde mental negligenciada em detrimento das atividades acadêmicas. Torna-se claro também a indispensabilidade de estudos complementares posteriores, além de intervenções psicossociais a fim de gerar profissionais capazes de zelar pela vida de seus pacientes.
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