PERCEPÇÃO DE PSICÓLOGOS NO SUAS E PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Autores

  • Lucimar Danelon Almeida Universidade Católica de Petrópolis. Mestranda em Psicologia https://orcid.org/0000-0002-9361-4233
  • Luciana Xavier Senra Doutora em Psicologia pela UFJF – Professora adjunta dos cursos de graduação e mestrado em Psicologia da Universidade Católica de Petrópolis-UCP, coordenadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Cognição Social-NEICOS e pesquisadora colaboradora do Núcleo de Estudos em Violência e Ansiedade Social-NEVAS da UFJF https://orcid.org/0000-0002-5058-1574

DOI:

https://doi.org/10.21576/pensaracadmico.2023v21i1.3514

Palavras-chave:

Pessoas em Situação de Rua, Psicólogos, SUAS

Resumo

No Brasil, fenômeno de pessoas vivendo nas ruas aumentou na primeira metade do século XX, com o processo de êxodo rural. Contudo, apenas com a Constituição de 1988 começou-se a vislumbrar a perspectiva de direitos à essas pessoas e a partir da promulgação da Política de Assistência Social em 2004, foram reconhecidas como público a ser assistido no nível das políticas públicas. A partir de 2011, foi previsto na Norma Operacional Básica de Recursos Humanos que o psicólogo fizesse parte das equipes de referência dos equipamentos desta política, então, diante da importância dessa atuação profissional, este estudo teve como objetivo investigar a percepção social de psicólogos sobre o trabalho que desempenham junto à Assistência Psicossocial no Sistema Único de Assistência Social (Suas) às pessoas em situação de rua no município de Petrópolis/RJ. Para tal, foi realizada uma pesquisa qualitativa com uso de questionário semiestruturado para coleta de dados em ambiente virtual, os dados obtidos foram submetidos à análise de temática dos conteúdos, por meio de quatro categorias previamente estabelecidas, conforme o aporte teórico sobre cognição social e normativas técnicas de atuação profissional junto ao SUAS. Entre os resultados, constatou-se a percepção de insatisfação e incertezas com o trabalho. Precariedade, insegurança, trabalho intersetorial insatisfatório e visão estereotipada de algumas profissionais, bem como, dúvidas e insatisfação sobre o vínculo com a População em Situação de Rua (PSR) acenam para a importância de rever como está sendo executada a política de assistência para essas pessoas, além dos processos de trabalho, que devem levar em consideração as pessoas que moram nas ruas, os profissionais, gestores, comunidade e demais políticas públicas. Nota-se, ainda, a incipiência de pesquisas relativas ao tema, levando a sugerir novos estudos que o contemplem por diferentes metodologias, para maior abrangência de variáveis necessárias à compreensão ora pretendida.

Biografia do Autor

Lucimar Danelon Almeida, Universidade Católica de Petrópolis. Mestranda em Psicologia

Associação Congregação Santa Catariana, Associação Congregação Santa Catariana (RJ) - ACSC, Associação Oficina de Jesus - Padre Quinha - AOJ, Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis - CDDH, Colégio Estadual Rui Barbosa, Colégio de Aplicação da Universidade Católica de Petrópolis - CAUCP, Consultório Particular de Psicologia Fenomenológico-Existencial, GPFE - Grupo Petropolitano de Psicologia Fenomenológico-Existencial, Prefeitura Municipal de Petrópolis, Universidade Católica de Petrópolis

Luciana Xavier Senra, Doutora em Psicologia pela UFJF – Professora adjunta dos cursos de graduação e mestrado em Psicologia da Universidade Católica de Petrópolis-UCP, coordenadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Cognição Social-NEICOS e pesquisadora colaboradora do Núcleo de Estudos em Violência e Ansiedade Social-NEVAS da UFJF

Centro Universitário UNIFAMINAS, Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, E-Consultório, Faculdade do Futuro, Mestrado em Psicologia da Universidade Católica de Petrópolis-UCP, Núcleo de Estudos em Violência e Ansiedade Social-NEVAS, Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, Universidade Católica de Petrópolis, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Publicado

2023-04-05

Edição

Seção

Ciências Humanas