A FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA NEOPENTECOSTAL E O LUGAR DO AMOR E DA RELIGIOSIDADE NA RELAÇÃO CONJUGAL

Autores

  • Patrícia Brandão Amorim
  • Daniel Rodrigues Silva Faculdade Vale do Cricaré

DOI:

https://doi.org/10.21576/pa.2019v17i2.715

Palavras-chave:

PALAVRAS-CHAVE, sexualidade, religiosidade, casamento, igreja, família.

Resumo

O presente estudo procura compreender a relação existente entre sexualidade e religiosidade na relação conjugal de mulheres evangélicas de uma igreja com denominação neopentecostalda zona rural do Município de Lajinha/MG. Observam-se as práticas adotadas pelo grupo através dos comportamentos e normas sociais adotadas a sobre a sexualidade das mulheres rurais e a possível influência da religião na conduta pessoal e íntima de suas adeptas. Trata-se de um estudo de caso realizado com mulheres de idades compreendidas entre 18 e 60 anos. Neste universo estão envolvidas 211 mulheres que frequentam a igreja, incluindo batizadas, não batizadas e as frequentadoras eventuais. Para a pesquisa aplicou-se a metodologia qualitativa, onde foram feitas observações participantes e entrevistas com um roteiro semiestruturado. As entrevistadas trazem consigo evidências de conflitos e ambiguidades em suas trajetórias sexuais, onde pode-se observar a influência de mitos e crenças provenientes de uma rígida educação familiar influenciando fortemente em seu modo de vida atual. Observou-se que a religião atua efetivamente no casamento e na vida conjugal das mulheres. As mulheres têm orientação e auxílio, e recorrem à igreja quando se deparam com algum problema familiar importante de difícil resolução para elas, obtendo na igreja o alicerce que lhes dá força para enfrentar os dissabores do casamento, como por exemplo, o adultério. Os conceitos de amor e sexo são reelaborados de acordo com a orientações religiosas de forma a ordenar uma identidade que busque traduzir uma personalidade equilibrada e íntegra de acordo com o que preconiza a denominação em estudo.

 

Biografia do Autor

Daniel Rodrigues Silva, Faculdade Vale do Cricaré

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Referências

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Publicado

2019-07-15

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Artigos