PROFILAXIA PARA ÚLCERA DE ESTRESSE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: ESTUDO OBSERVACIONAL

Autores

  • Thais Ferreira Perigolo UNIFACIG

Resumo

Os sangramentos gastrointestinais agudos causados por complicações de úlcera de estresse demandam parte considerável das emergências nos centros de terapia intensiva e seu tratamento, na maioria das vezes, mostra-se ineficaz e dispendioso. Nesse cenário, a prevenção é o grande destaque no manejo dos pacientes em situação de risco e deve ser cautelosamente empregada, haja vista que os medicamentos utilizados apresentam efeitos colaterais deletérios à saúde. Objetivo: o objetivo deste estudo foi analisar o emprego da profilaxia para úlcera de estresse diante das condições clínicas dos pacientes internados em um centro de terapia intensiva; descrever o perfil demográfico dos pacientes analisados, as patologias, o tempo de internação, a evolução e o uso da profilaxia para úlcera de estresse, abordando o tempo de uso, o tipo de medicamento e a associação com outros medicamentos; por fim, verificar se as prescrições inseridas nos prontuários estariam de acordo com as indicações protocoladas em 2016 pela American Society of Health-Service Pharmacists. Método: Estudo transversal com coleta de dados, por meio de um questionário semiestruturado, em prontuários de pacientes internados em centro de terapia intensiva no período de janeiro a março de 2019. Na coleta de dados foram descartados pacientes menores de 18 (dezoito) anos, história prévia de sangramento gastrointestinal e que permaneceram menos de um dia internado. Resultado: foram analisados 134 prontuários, sendo 56% do sexo masculino, com idade média de 62.48±18,93 anos, com tempo médio de internação de 3.43 ± 2,34 dias, evoluindo para alta hospitalar em 74% dos casos. Em relação ao diagnóstico conforme patologia, verifica-se um predomínio das doenças cardiovasculares (34%), seguidas do sistema nervoso (28%). Da totalidade dos pacientes internados, 90% faziam uso de medicamentos profiláticos, sendo inadequadamente prescrito em 72% dos casos. Conclusão: A profilaxia para úlcera de estresse foi realizada na maioria dos pacientes internados, sendo o grupo de risco composto por pacientes do sexo masculino e idosos, com tempo de internação menor de 7 dias, com problemas cardiovasculares e neurológicos. O medicamento mais utilizado foi a ranitidina, sem associações com outros medicamentos. As prescrições resultaram em profilaxias não indicadas, segundo os critérios internacionais.

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Publicado

2020-02-16

Edição

Seção

Medicina