POLIFARMÁCIA EM IDOSOS: RISCOS E POSSÍVEIS ESTRATÉGIAS DE DESMEDICALIZAÇÃO
Autores
Bianca Perim Bernardo
UNIFACIG
Resumo
Como um país em desenvolvimento, o Brasil vem apresentando uma transição demográfica crescente. Desse modo, a população brasileira pode se beneficiar de um melhor acesso aos serviços de saúde e avanços tecnológicos, que propiciam uma longevidade saudável e acarreta o aumento da população idosa. Todavia, apesar do expressivo espaço que os idosos têm adquirido, as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT’s) tem permanecido. Consequentemente, o emprego medicamentoso e o tempo de uso dos mesmos podem ocasionar a chamada polifarmácia geriátrica. O trabalho aborda uma revisão bibliográfica acerca da polifarmácia em idosos, levando em conta seus possíveis riscos e estratégias de desmedicalização. A pesquisa foi realizada no período de Fevereiro de 2022 nas bases de dados Pubmed, LILACS, BVS, MEDLINE e Google Acadêmico, considerando os descritores “polifarmácia”, “idosos” e “desmedicalização. De 32 artigos selecionados manualmente, 05 foram excluídos e apenas 27 constituíram a base do levantamento de dados referentes ao tema proposto. O envelhecimento saudável acarreta o aumento da prevalência das DCNT’s e maior consumo medicamentoso. Notoriamente, os fármacos mais prescritos a idosos são: anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, hipolipemiantes e fármacos atuantes em Sistema Nervoso Central (SNC). O processo de senescência do idoso acarreta mudanças farmacocinéticas e farmacodinâmicas e, o remodelamento na sensibilidade de receptores também propicia alteração de metabolismo de primeira passagem a nível hepático. Medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) a idosos são os que trazem maior risco do que benefício quando utilizados. Dessa forma, algumas ferramentas disponíveis nessa identificação podem ser: Critérios de Beers, STOPP/START, Ferramenta de Triagem de Pessoas Idosas, entre outras. As reações adversas a medicamentos (RAM) expõem o idoso a quedas, déficits cognitivos, funcionais, internações e o risco de interações medicamentosas (IM) varia de acordo com a quantidade de fármacos usados. Logo, as RAM em idosos de algum modo podem ser evitadas. O presente artigo tem como objetivo descrever acerca da polifarmácia em idosos e seus riscos, englobando para essa finalidade as dificuldades metabólicas e funcionais do idoso, os medicamentos considerados inadequados a esse público alvo e as reações adversas a medicamentos e suas interações, no intuito de identificar estratégias de desmedicalização afim de minimizar danos a curto e longo prazo na vida desses pacientes.