A ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA E A FORMAÇÃO DE VÍNCULO COM O IDOSO COM TRANSTORNO MENTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: Sempre se faz importante a articulação entre saúde mental e Atenção Básica. O acolhimento pode estabelecer o vínculo entre equipe e usuários, vínculo este essencial para o processo de cuidar e para a construção de um modelo terapêutico realmente efetivo voltado para a integralidade da assistência (1). Assim, este trabalho se justifica como forma de compartilhar conhecimentos numa temática ainda pouco falada, a saúde mental no idoso, e objetiva relatar a experiência da formação de vínculo entre um idoso com transtorno mental moderado e a Atenção Primária à Saúde (APS). Metodologia: Este é um relato de experiência do processo de formação de vínculo entre um paciente com transtorno mental moderado e a APS, construído pela equipe da APS e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Trata-se de um idoso, 60 anos, diagnosticado na infância com transtorno mental moderado, hipertenso, em uso de polifarmácia, apresentando sequela de Acidente Vascular Encefálico (AVE), com leve restrição de mobilidade em membros inferiores, em cateterismo vesical de demora e contido no leito quando se mostrava muito agressivo. A experiência se deu no ano de 2019 em uma Unidade de Saúde no município de Arapiraca-AL, num contexto domiciliar, através de visitas programadas a partir da construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS) onde as intervenções e metas eram discutidas em equipe. Resultados e discussão: Ao se fazer um PTS voltado para um paciente idoso com transtorno mental moderado colocou-se a formação de vínculo como o passo mais relevante do processo, nesse sentido pode-se perceber a importância do apoio interprofissional diante da fragilidade de alguns componentes da equipe no contexto do cuidado em saúde mental. O apoio, a discussão das dificuldades e as intervenções em atendimentos compartilhados proporcionaram bons resultados. Ao final de alguns meses a equipe já conseguia realisar os cuidados com o paciente colaborativo e sem nenhuma ou em contensão leve. Conclusão: Nem todos os profissionais da APS tem habilidade com pacientes com transtorno mental. A assistência multiprofissional pode facilitar a formação do vinculo e a efetivação da assistência e contribuiu para a manutenção da autonomia em determinadas atividades que também estavam comprometidas pelo processo natural de envelhecimento.
Referências
Maria P, Silva DC, Ferreira N, Rhanny D, Escorel R, Antonio J, et al. Revista Cuidarte. Rev Cuid. 2019;10(1):1–12.