ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ÓBITOS POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM IDOSOS: COMPARATIVO POR IDADE NO PERÍODO DE 2017-2020 NO BRASIL

Autores

  • Brunno Leonardo Morais Brandão Vilanova
  • Ana Carolina Oliveira Santos Gonçalves
  • Julia Gonçalves Ferreira
  • Maria Eduarda Santos Cedraz

Resumo

INTRODUÇÃO: Infarto agudo do miocárdio é definido como uma condição em que há morte dos cardiomiócitos em razão de uma isquemia prolongada, geralmente decorrente da oclusão total ou parcial das artérias coronárias[1]. Tal fato resulta, principalmente, da formação de trombos devido à ruptura súbita de placas de aterosclerose na circulação coronariana[2]. Sob esse viés, o infarto agudo do miocárdio configura a principal causa dos óbitos em idosos no mundo, e fatores como sexo masculino, obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, contribuem para o aumento da incidência[3,4]. OBJETIVOS: Analisar a mortalidade de idosos por infarto agudo do miocárdio no Brasil e como o fator idade e sexo se manifestam.

METODOLOGIA: Realizou-se um estudo transversal retrospectivo, com abordagem quantitativa, através de dados epidemiológicos obtidos do DATASUS referente às mortes de idosos no âmbito hospitalar por infarto agudo do miocárdio, durante o período de 2016 a 2018 no Brasil. Além disso, foi verificado a diferença da incidência de óbitos entre o sexo masculino e feminino. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período estudado, foram notificados 25.761 óbitos por infarto agudo do miocárdio na população geriátrica. Observou-se maior prevalência na faixa etária de 75 anos ou mais com 14.128 (54,8%), enquanto entre 65-74 anos com 11.633 (45,2%). Ademais, a pesquisa revela que os homens correspondem à 52,7% dos óbitos e as mulheres, 47,3% da amostra. Em outros estudos, realizados nos Estados Unidos, foi relatado que há cerca de 500.000 óbitos por infarto agudo do miocárdio a cada ano e que o avançar da idade eleva a sua incidência[5]. No que refere às taxas de mortalidade, 50% ocorrem nas primeiras 2 horas após o início dos sintomas e 14% evoluem a óbito antes de receber atendimento médico[2]. Dessa forma, tais resultados comprovam o caráter emergencial do infarto agudo do miocárdio[2]. CONCLUSÃO: Em suma, tornou-se evidente que a probabilidade de morte por infarto agudo do miocárdio aumenta em idosos, no entanto, o sexo masculino prevalece quando comparado ao feminino. Para prevenir, a mudança de estilo de vida é imprescindível e, quando acometido, faz-se necessário uma detecção e atendimento rápido, visto que a elevada mortalidade é atribuída à dificuldade de acesso ao tratamento. Desse modo, será possível melhorar o prognóstico desses pacientes e, ainda, diminuir os riscos de recidiva.

Referências

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p.12-21. 18 mai. 2018. doi:10.18606/2318-1419.amazonia.sci.health.v6n1p12-21. Acesso em: 18

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2021-03-09

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Artigos