ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ÓBITOS POR COVID-19 NO BRASIL
Resumo
Introdução: A COVID-19, nova doença que vem trazendo consigo uma mudança no cenário mundial, sendo causada pelo vírus SARS-CoV-2, teve seu início na cidade de Wuhan, na China, no final de 2019. Foi em março de 2020 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou estado de pandemia devido a disseminação da mesma (1). O quadro clínico causado por essa patologia é bastante amplo, podendo cursar como uma gripe comum ou evoluir como uma pneumonia grave (2).O objetivo desse trabalho é quantificar e denotar o maior acometimento de forma fatal do coronavírus no Brasil nas faixas etárias mais elevadas. Metodologia: Trata-se de uma análise epidemiológica sobre o coronavírus no território brasileiro no período entre 26 de fevereiro até 28 de junho de 2020, a partir do Boletim Epidemiológico Especial (BEE) feito pelo Ministério da Saúde por meio da Secretaria em Vigilância de Saúde. Resultados e Discussão: De uma forma geral, até o boletim epidemiológico da semana 26 (de 21 a 27 de junho) divulgado pelo Ministério da Saúde, foram registrados no Brasil 1.313.667 casos de Covid-19, sendo o segundo país com maior registro de casos no mundo. Com relação aos óbitos, até essa data foram registrados 54.294, representando uma taxa de mortalidade de aproximadamente 4,2%.(3) Analisando os dados sobre as faixas etárias correspondentes a esses óbitos, temos que 7.958 (14,6%) ocorreu entre 50 a 59 anos, 12.746 (23,5%) entre 60 a 69, 13.351 (24,5%) entre 70 a 79, 9. 873 (18,1%) entre 80 a 89 e
2.774 (5,1%) entre 90 anos ou mais. Ou seja, 46.702 óbitos ocorreram entre pacientes com 50 anos ou mais, o que equivale a 86% do total de óbitos, sendo apenas 14% ou 8.592 óbitos em pessoas com menos de 50 anos de idade. Tais números são apenas momentâneos, porém observa- se a tendência de os casos mais graves acontecerem nos pacientes idosos, sendo um importante fator contribuinte a presença de comorbidades nos mesmos, como a hipertensão arterial e Diabetes Mellitus. Conclusão: Os dados epidemiológicos emitidos até então demonstram uma maior taxa de mortalidade por COVID-19 naqueles pacientes com idade mais avançada, sendo maior a letalidade da doença quanto mais idoso for o indivíduo. Essa associação entre a velhice e a morte por COVID-19 provavelmente se deve a maior prevalência de doenças crônicas nessa população, acarretando, caso descompensadas, em maior estresse oxidativo e comprometimento do sistema imune com repercussões na gravidade da síndrome respiratória aguda (4).
Referências
De Oliveira WK, Duarte E, De França GVA, Garcia LP. Como o Brasil pode deter a COVID- 1 9 . Epidemiol. Serv. Saúde [Internet]. 2020 [ cited 2020 July 08] ; 29( 2 ): e 2 0 2 0 0 4 4 . Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237- 96222020000200200&lng=en. Epub Apr 27, 2020. https://doi.org/10.5123/s1679- 49742020000200023.
Lima CMAO. Information about the new coronavirus disease (COVID-19). Radiologia Brasileira [Internet]. 2020 Apr 17 [cited 2020 Jul 8];53(2) DOI https://doi.org/10.1590/0100- 3984.2020.53.2e1. Available from: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 39842020000200001&tlng=en
Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe. Dados atualizados em 29 de junho de 2020 às 10h, sujeitos a revisões. Disponível em: http://saude.gov.br/images/pdf/2020/July/01/Boletim-epidemiologico-COVID-20-3.pdf Hussain A, Bhowmik B, do Vale Moreira NC. COVID-19 and diabetes: Knowledge in progress. Diabetes Res Clin Pract. 2020;162:108142. doi:10.1016/j.diabres.2020.108142