CONQUISTAS E DESAFIOS DO PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO EM PACIENTES IDOSOS

Autores

  • Rosemary Fernandes Corrêa Alencar
  • Valdiclea de Jesus Veras
  • Dinair Brauna de Carvalho Ribeiro

Resumo

INTRODUÇÃO: O hábito de fumar é milenar, haja vista que as pessoas usam o tabaco desde as mais antigas civilizações e esse hábito ainda acompanha grande parte da população de todo o mundo atualmente e o tabagismo, tema deste trabalho, é visto como uma doença crônica, pois causa dependência entre os usuários, levando predisposição para doenças e incapacidades, com alta morbidade e mortalidade, portanto, um problema de saúde pública. O tabagismo é considerado a segunda causa de morte no mundo pela OMS. Está associado à mortalidade por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, estomago, pâncreas, fígado, bexiga, rim, colo do útero e leucemias), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença coronariana, hipertensão arterial e acidente vascular encefálico. O fumante está sujeito à mortalidade por todas essas doenças, mas o simples fato de exposição à fumaça de produtos de tabaco contribui para o desenvolvimento ou agravamento de diversas OBJETIVO: O estudo foi avaliar o desempenho do Programa de Combate ao Tabagismo em pacientes idosos em uma unidade básica de saúde no município de São Luís - Maranhão. MÉTODOS: A metodologia consistiu de pesquisa bibliográfica, tabulação estatística dos dados referentes aos pacientes do Programa em 2017 e estudo de campo exploratório, descritivo e quanti-qualitativo junto aos pacientes do Programa na Unidade de Saúde da Família Turu II. Traçou-se o diagnóstico por meio de informações contidas no Relatório da Unidade e realização de uma pesquisa junto a 25 fumantes do programa, através da aplicação de um questionário estruturado. As variáveis utilizadas foram voltadas para o perfil sociodemográfico dos participantes, opinião dos mesmos referentes aos fatores apontados como causas prováveis do insucesso do tratamento em abandonar o cigarro e às ações educativas de saúde do Programa. RESULTADOS: Os resultados do questionário apontaram prevalência do sexo feminino, faixa etária acima dos 60 anos, solteira, com ensino médio completo, renda inferior a 1 salário mínimo, aposentada e residente na capital, São Luís. O local de moradia distante do Posto de Saúde e a convivência com amigos e familiares fumantes foram apontados como prováveis fatores de insucesso no programa. A maioria dos pacientes pesquisados nunca realizou tratamento ou participou de programa para parar de fumar. A totalidade dos pesquisados aderiu às atividades, destacando-se a terapia medicamentosa, palestras e dinâmicas de grupo. A grande maioria dos entrevistados opinou que o programa tem estrutura para ajudá-los a deixar de usar o cigarro. No total de 50 pacientes inscritos em 2017, 34% não compareceu na última sessão, o que pode indicar provável abandono do tratamento e 20% compareceu ainda fumando. Dos inscritos, 46% compareceu sem fumar na última sessão, o que representa um sucesso, considerando que o Ministério da Saúde preconiza, como uma resposta clínica positiva ao tratamento, um percentual igual ou maior de 30%. CONCLUSÃO: O estudo trouxe informações importantes sobre o que está sendo realizado para reduzir o consumo de tabaco no município de São Luís. Constatou-se que a Unidade Básica de Saúde da Família Turu II é pioneira no desenvolvimento do Programa Municipal de Combate ao Tabagismo que é integrado por outras cinco UBS municipais, número que se considera insuficiente para cobertura dos usuários fumantes existentes entre a população de São Luís, considerando a população superior a 1 milhão de habitantes e uma estimativa de 15,7% de fumantes. Em relação as ações educativas do Programa de Combate ao Tabagismo na Unidade, o estudo revelou que um número significativo de entrevistados considerou o local de moradia distante, os efeitos colaterais da medicação específica para o tratamento e a convivência com amigos e familiares fumantes como fatores prováveis de insucesso no tratamento. A maioria nunca realizou antes tratamento para parar de fumar ou participou de programa de cessação de fumar. Em relação a participação nas oficinas terapêuticas, a adesão contou com a maioria dos pesquisados, evidenciando-se a terapia medicamentosa e palestras com adesão de 100% dos voluntários. Por fim, a maioria dos entrevistados considera que o programa tem estrutura adequada para ajudá-los a deixar de usar o cigarro, portanto, que a eficácia do Programa de Combate ao Tabagismo desenvolvido pela Unidade Básica de Saúde da Família do Turu II, é reconhecida pelos seus resultados e que tem alcançado seus objetivos, oferecendo serviço gratuito e tratamento medicamentoso para quem deseja deixar de fumar.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

Bizzo, Nélio. Tragando o inimigo. Revista Carta na Escola. N. 33. Fevereiro de 2009

Boeira S. L. Indústria de tabaco e cidadania: confronto entre redes organizacionais. Revista de Administração de Empresas, v 46, n. 3 jul/set, 2006. Acesso em: 15 de janeiro de 2016.

INCA. Instituto Nacional do Cancer. 31/05/2017 - Prejuízo anual do tabagismo para o Brasil é de R$56,9 bilhões. Disponivel em:< http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/comunicacaoinformacao/site/home/sala_imprensa

/releases/2016/prejuizo_anual_do_tabagismo_e_de_56_bilhoes_reais> Acesso em setembro de 2017.

Downloads

Publicado

2021-04-08

Edição

Seção

Artigos