A CONDIÇÃO DE PEDAGOGOS DO GÊNERO MASCULINO INICIANTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL
DOI:
https://doi.org/10.21576/pa.2020v18i3.1957Keywords:
Formação de professores, Gênero, Pedagogos, Professor iniciante. Educação.Abstract
O presente artigo tem como objetivo discutir os elementos de construção da profissionalidade docente de pedagogos do gênero masculino iniciantes na educação infantil. Partindo de certo silenciamento identificado por levantamento bibliográfico em relação ao processo de inserção tendo a categoria gênero como mediadora, realizamos entrevistas com onze pedagogos. Os dados levantados foram analisados em uma perspectiva crítica e organizados utilizando a metodologia dos núcleos de significação. Entende-se que professoras e professores no exercício de seu trabalho constroem a profissionalidade em um contexto de sociedade e escola em meio as relações de poder que naturalizam papéis sociais próprios a homens ou mulheres. Os resultados apontaram para a necessidade de se analisar e compreender o processo de inserção considerando elementos que fazem parte do processo de construção da profissionalidade docente, entre eles, os aspectos relacionais e pedagógicos mediados pela categoria gênero e as concepções sociais que permeiam essa categoria. Entre os achados está o fato de que estes professores, embora minoria em um grupo predominantemente feminino, apresentam uma autoridade legitimada pelo gênero. Além disso, sua receptividade para superação de conflitos inerentes ao momento de início da carreira indicam um certo “apadrinhamento” e tutoria desses professores nas escolas, que parecem indicar as concepções enraizadas no senso comum, que apostam na incapacidade destes em exercer a atividade docente nos cuidados básicos com crianças. Por outro lado destaca-se a importância do relacionamento entre pares para a superação dos desafios inerentes ao processo de inserção e ressignificação deste espaço de atuação. Desta maneira torna-se importante a compreensão de todas essas relações, contradições e processos.
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