A CONSTRUÇÃO, O ÁPICE E A DECADÊNCIA DE UMA COALIZÃO DE DEFESA DA SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.21576/pa.2022v20i2.2733Keywords:
Aprendizado, Coalizões de Defesa, Crenças, Movimento Sanitário, Políticas de Saúde.Abstract
Este artigo tem por objetivo compreender como o Movimento Sanitário viabilizou a criação de uma coalizão de defesa para a universalização do acesso à saúde pública. Com este intuito, propomo-nos a analisar as articulações por ele realizadas no compartilhamento de crenças e na realização de um processo de aprendizado contínuo com diferentes atores, em torno da questão da saúde. O processo de aprendizagem política viabilizou a ampliação do número de conexões com variados atores em um processo de intensa negociação de recursos. Ao longo dessas negociações, o Movimento Sanitário foi elaborando alternativas para a formulação de uma nova política pública de saúde. Mesmo diante da permanência do regime autoritário e das características perversas que constituíam o sistema de saúde; o Movimento Sanitário se articulou e possibilitou a abertura de uma janela de oportunidade para a criação de um sistema de acesso universal à saúde. Somente a partir da Constituição de 1988 é que a saúde foi reconhecida como um direito social, ficando a cargo do Estado assegurar o amplo acesso a todos os brasileiros. Até então o Sistema Nacional de Saúde se caracterizava por ser insuficiente no atendimento da população, mal distribuído, com atuação descoordenada, ineficiente quanto à utilização dos recursos, autoritário, fortemente centralizado, corrupto e injusto. Tal alcance se configurou numa das maiores conquistas do Movimento Sanitário. Assim, tal arcabouço teórico vai nos possibilitar a compreensão da capacidade que o Movimento Sanitário teve na construção de uma coalizão de atores que compartilhavam um sistema de crenças sobre a necessidade de democratizar o acesso à saúde.
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