INFLUÊNCIA DO ESTRESSE EMOCIONAL NA SAÚDE BUCAL E OROFACIAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Resumo

Os estudantes da área da saúde enfrentam elevados níveis de estresse e ansiedade, que ao entrar na graduação, passam por grandes mudanças e desafios em seu cotidiano, e o estresse emocional é referenciado como um importante fator na manutenção de danos à saúde bucal, no entanto a abordagem dos aspectos psicoemocionais é, por vezes, negligenciada por estudantes de ciência da saúde, como a Odontologia. O objetivo da pesquisa foi analisar a influência do estresse emocional com o surgimento de alterações na cavidade bucal dos estudantes de Odontologia do Centro Universitário Unifacig. A pesquisa foi realizada individualmente utilizando dois instrumentos para a coleta de dados: um questionário anamnésico e um exame clínico com fotografias intrabucais e extrabucais. Dentre os resultados obtidos, pode-se destacar que mais da metade dos alunos se consideram tensos e ansiosos (56%) e possuem pelo menos algum hábito parafuncional (68%). Dentre os hábitos mais relatados, colocar a mão no queixo foi o mais prevalente (62%) seguido de mascar chicletes (56%), em 70% dos universitários o hábito se torna mais frequente em quadros de estresse, e 44% dos alunos sentem alguma dor orofacial no período da manhã, sendo que 30% possuem o hábito de apertar e ranger os dentes e 12% relataram fazer uso da placa estabilizadora. No exame intrabucal, analisou-se que o dente 31 (incisivo central esquerdo) é o mais prevalente em desgaste de borda incisal (44%), e os dentes 23 e 33 são o que mais apresentaram facetas de desgaste. Apenas 12% apresentou alguma dor na palpação muscular. Dessa forma, conclui-se que o grande número dos voluntários da pesquisa apresenta ansiedade e/ou estresse e/ou alguma atividade parafuncional frequente e tais hábitos funcionais podem desencadear lesões, problemas oclusais e disfunções temporomandibulares que devem ser diagnosticados precocemente para um possível tratamento clínico.