MANEJO DA HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA POR VARIZES ESOFAGICAS EM PACIENTES CIRRÓTICOS
UMA REVISÃO DA LITERATURA
Resumo
A cirrose hepática é uma condição crônica na qual o tecido saudável do fígado é gradualmente substituído por tecido fibroso, resultando em disfunção hepática progressiva. À principal causa de cirrose é o consumo excessivo e prolongado de álcool, mas outras causas incluem hepatite viral, doença hepática gordurosa não alcoólica e doenças autoimunes. Uma das complicações mais graves da cirrose é a hipertensão portal, um aumento na pressão dentro das veias do sistema porta que drena o sangue do trato gastrointestinal para o fígado. Esse aumento de pressão pode levar ao desenvolvimento de varizes esofágicas, que são veias dilatadas no esôfago. Essas varizes são frágeis e propensas a sangrar, o que pode resultar em hemorragia grave e potencialmente fatal. O manejo da hemorragia por varizes esofágicas em pacientes com cirrose é um desafio. O objetivo principal é controlar o sangramento e prevenir recidivas. As medidas iniciais envolvem estabilização hemodinâmica, com reposição volêmica adequada e transfusão de sangue, se necessário. Além disso, são utilizados medicamentos vasoativos, como Terlipressina e Octreotide, que ajudam a reduzir o fluxo sanguíneo nas varizes e diminuir o risco de sangramento. A terapia endoscópica desempenha um papel importante no tratamento, por meio da ligadura elástica das varizes para promover a hemostasia e prevenir sangramentos futuros. Em alguns casos, a realização de um procedimento chamado derivação portossistêmica transjugular intra-hepática (TIPS) pode ser necessária. Essa intervenção cria uma conexão entre a veia porta e a veia hepática para aliviar a pressão portal e reduzir o risco de sangramento. Além do tratamento agudo da hemorragia, é fundamental adotar medidas para prevenir recidivas. Isso envolve o uso de medicamentos betabloqueadores para diminuir a pressão arterial portal e terapia endoscopia com ligadura elástica.