IMPORTÂNCIA DE INSTRUMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO INICIAL DE IDOSOS EM RISCO
AVALIAÇÃO DOS FATORES QUE IMPACTAM A FUNCIONALIDADE
Resumo
O envelhecimento é um fenômeno global que gera grande impacto na saúde pública. No Brasil, o crescimento acelerado da população idosa exige intervenções que promovam a manutenção da autonomia e qualidade de vida. Este estudo realizou uma análise transversal retrospectiva de 51 idosos residentes no Asilo São Vicente de Paulo, em Manhuaçu – Minas Gerais, utilizando o Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20). Esse instrumento avalia diferentes aspectos da saúde, classificando os idosos em três níveis de vulnerabilidade: baixo (0-6 pontos), moderado (7-14 pontos) e alto (≥15 pontos). Os resultados revelaram que 56,8% dos idosos têm entre 60 e 74 anos, e 94,1% percebem sua saúde como regular ou ruim. Todos apresentaram algum grau de incapacidade em ao menos uma Atividade de Vida Diária (AVD) instrumental, e 64,7% não conseguem tomar banho sem ajuda. Também foram identificados problemas cognitivos, emocionais e de mobilidade: 78,4% relataram tristeza ou perda de interesse em atividades, e 49% têm dificuldade para caminhar. Além disso, 80,4% fazem uso de cinco ou mais medicamentos diariamente, refletindo o impacto das doenças crônicas. A pesquisa mostrou que apenas 2% dos idosos foi classificado com baixo risco de fragilidade, enquanto 31,4% apresentaram risco moderado e 66,6% foram identificados com alto risco. Esses achados destacam a importância de uma abordagem integrada e multidisciplinar, que inclua ações preventivas e estratégias de reabilitação. Fortalecer a Atenção Primária à Saúde é fundamental para identificar precocemente os riscos e garantir um cuidado personalizado, evitando o isolamento social e promovendo a independência dos idosos. O estudo conclui que intervenções contínuas e individualizadas são essenciais para melhorar a qualidade de vida dessa população e reduzir a sobrecarga no sistema de saúde