MANEJO CLÍNICO DA PANCREATITE AGUDA NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Autores

  • Rosélia dos Santos Damasceno

Resumo

A pancreatite aguda (PA) é definida como uma condição inflamatória aguda do pâncreas, com acometimento variável das estruturas peripancreáticas e órgãos à distância, cuja gênese depende da autodigestão tecidual pelas próprias enzimas pancreáticas. Objetivo: Realizar uma atualização embasada em evidência científica sobre o manejo clínico da PA nos serviços de urgência e emergência. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, sendo os artigos selecionados com recorte temporal dos últimos 10 anos (2015 - 2024), publicados no idioma português e inglês, disponibilizados em sua íntegra, que discorriam sobre o atendimento médico da PA na urgência e emergência e que respondiam aos objetivos do trabalho. Resultados e Discussão: O diagnóstico de PA requer pelo menos dois dos seguintes achados: dor abdominal característica; elevação de amilase e/ou lipase maior que 3 vezes o limite superior da normalidade; achados em exames de imagem abdominal. Após o diagnóstico, é recomendada a realização da ultrassonografia abdominal (USG) para avaliação de litíase biliar. O Escore de Atlanta é o mais utilizado na prática clínica para avaliar a gravidade da doença classificando em três subtipos: PA leve, moderadamente grave e grave. A reposição volêmica precoce e adequada com Ringer com Lactato (RL) é crucial para estabilizar o sofrimento cardiovascular e melhorar a microcirculação pancreática. A analgesia deve ser escalonada podendo ser usados analgésicos e anti-inflamatórios, associados à opioides, se necessário. A dieta via oral deve ser recomeçada assim que o paciente apresente melhora da dor abdominal e demonstre sinais de peristaltismo preservado. O uso de antibióticos deve ser reservado para os casos em que há evidência de infecção sobreposta ou necrose pancreática infectada. Conclusão: A PA é uma moléstia comum nos serviços de urgência e emergência, fazendo-se necessário o diagnóstico precoce, com adequada determinação de sua gravidade, para um correto terapêutico. A base do tratamento inclui analgesia, ressuscitação volêmica adequada e dieta zero. É de suma importância um acompanhamento próximo do paciente para evitar o seu agravamento e reconhecer as possíveis complicações locais e/ou sistêmicas, a fim de reduzir a morbimortalidade dessa enfermidade.

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Publicado

2025-01-29

Edição

Seção

Medicina