TROMBOSE VENOSA CEREBRAL COMO COMPLICAÇÃO DE SORO ANTIESCORPIÔNICO: RELATO DE CASO

Autores

  • Yan Ker Marrara Peixoto UNIFACIG
  • Luiza Santiago Gomes UNIFACIG
  • Giane Prata da Costa Filha FMABC
  • Rúbia Soares de Souza Gomes UNIFACIG
  • Giovanna dos Santos Flora UNIFACIG
  • Alex Nagem Machado UNIFACIG

Resumo

O acidente escorpiônico, na maioria das vezes, acarreta quadro clínico caracterizado como leve. Entretanto, em casos moderados e graves é necessário administrar soro antiescorpiônico, o que pode causar reações adversas graves, apesar de raras. Esse artigo objetivou relatar o caso de um paciente que desenvolveu trombose venosa cerebral como complicação do soro antiescorpiônico. A pesquisa foi do tipo exploratória descritiva, o termo de consentimento livre e esclarecido foi preenchido pelo paciente e o projeto foi submetido ao CEP. O paciente foi admitido na Unidade de Pronto Atendimento 3 horas após ser picado, apresentando quadro clínico moderado, necessitando da realização da soroterapia. Durante a infusão do segundo frasco, o paciente apresentou piora do quadro e instabilidade clínica global, sendo transferido para a Unidade de Terapia Intensiva. Os exames de imagem demonstraram sinais diretos e indiretos de trombose venosa cerebral. Foi realizado tratamento anticoagulante com heparina. Após alta hospitalar foi orientado tratamento com anticoagulante oral, o qual foi mantido por 12 meses. A angiotomografia de controle se apresentou dentro dos padrões de normalidade e não foi observado a ocorrência de sinais deficitários neurológicos. O presente trabalho demonstrou a importância do monitoramento durante a soroterapia e o risco de complicações cerebrovasculares como reação adversa ao soro antiescorpiônico.

Biografia do Autor

Yan Ker Marrara Peixoto, UNIFACIG

Graduando em Medicina

Luiza Santiago Gomes, UNIFACIG

Graduanda em Medicina

Giane Prata da Costa Filha, FMABC

Graduanda em Medicina

Rúbia Soares de Souza Gomes, UNIFACIG

Graduanda em Medicina

Giovanna dos Santos Flora, UNIFACIG

Graduanda em Medicina

Alex Nagem Machado, UNIFACIG

Graduado em Medicina

Referências

ADIGUZEL, S.; OZKAN, O.; INCEOGLU, B. Epidemiological and clinical characteristics of scorpionism in children in Sanliurfa, Turkey. Toxicon, v. 49, n. 6, p. 875-880, 2007.

BOSMANS, F.; TYTGAT, J. Voltage-gated sodium channel modulation by scorpion α-toxins. Toxicon, v. 49, n. 2, p. 142-158, 2007.

BOUSSER, M. G.; RUSSEL, R. R. Cerebral venous thrombosis. In: Primer on cerebrovascular diseases. 1. ed. Londres: Academic Press, 1997. p. 385-389.

BOYER, L. V.; THEODOROU, M. D.; BERG, R. A.; MALLIE, J.; CHÁVEZ-MENDES, A.; GARCÍA-UBBELOHDE, W.; HARDIMAN, S.; ALAGÓN, A. Antivenom for critically ill children with neurotoxicity from scorpion stings. New England Journal of Medicine, v. 360, n. 20, p. 2090-2098, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Brasília, DF, 1998.

BRUTTO, O. H. D.; BRUTTO, V. J. D. Scorpion Stings: Focus on Cerebrovascular Complications of Envenoming. International Journal of Stroke, v. 8, n. 4, p. E8, 2013.

CAMARGO, E. C. S. D.; BACHESCHI, L. A. Trombose venosa cerebral: como identificá-la?. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 47, n. 4, p. 278-278, 2001.

CAMPOLINA, D. Georreferenciamento e estudo clínico-epidemiológico dos acidentes escorpiônicos atendidos em Belo Horizonte, no serviço de toxicologia de Minas Gerais. 2006. 154f. Dissertação (Mestrado em Infectologia e Medicina Tropical) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, 2006.

DATASUS. Acidente por animais peçonhentos – notificações registradas no sistema de informação de agravos de notificação – Minas Gerais. Disponível em: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02>. Acesso em set. 2020.

DE LA VEGA, R. C. R.; POSSANI, L. D. Overview of scorpion toxins specific for Na+ channels and related peptides: biodiversity, structure–function relationships and evolution. Toxicon, v. 46, n. 8, p. 831-844, 2005.

DENTALI, F. et al. Long‐term outcomes of patients with cerebral vein thrombosis: a multicenter study. Journal of Thrombosis and Haemostasis, v. 10, n. 7, p. 1297-1302, 2012.

FERRO, J. M.; CANHÃO, P.; SOUSA, D. A. D. Cerebral venous thrombosis. Presse Med, v. 45, n. 12Pt2, p. 429-450, 2016.

FERRO, J. M.; CANHÃO, P.; STAM, J.; BOUSSER, M. G.; BARINAGARREMENTERIA, F. Prognosis of cerebral vein and dural sinus thrombosis: results of the International Study on Cerebral Vein and Dural Sinus Thrombosis (ISCVT). Stroke, v. 35, n. 3, p. 664-670, 2004.

FERRO, J. M.; CORREIA, M.; PONTES, C.; BAPTISTA, M. V.; PITA, F. Cerebral vein and dural sinus thrombosis in Portugal: 1980–1998. Cerebrovascular Diseases, v. 11, n. 3, p. 177-182, 2001.

LIRA-DA-SILVA, R. M.; AMORIM, A. M. D.; BRAZIL, T. K. Envenenamento por Tityus stigmurus (Scorpiones; Buthidae) no Estado da Bahia, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 33, n. 3, p. 239-245, 2000.

PAI, N.; GHOSH, K.; SHETTY, S. Hereditary thrombophilia in cerebral venous thrombosis: a study from India. Blood Coagulation & Fibrinolysis, v. 24, n. 5, p. 540-543, 2013.

SILVIS, S. M.; DE SOUSA, D. A.; FERRO, J. M.; COUTINHO, J. M. Cerebral venous thrombosis. Nature Reviews Neurology, v. 13, n. 9, p. 555, 2017.

ZUURBIER, S. M.; COUTINHO, J. M. Cerebral venous thrombosis. In: ISLAM, M. S. (Ed). Thrombosis and Embolism: from Research to Clinical Practice. Springer, Cham, 2016. p. 183-193.

Downloads

Publicado

2021-02-09

Edição

Seção

Ciências da Saúde