A RELAÇÃO ENTRE A GOVERNANÇA CORPORATIVA E A VALORIZAÇÃO E A DESVALORIZAÇÃO DAS AÇÕES

Authors

  • Camila Teresa Martucheli UNIFACIG / UFMG
  • Antônio Artur de Souza
  • Gustavo Silva
  • Letícia Paulino Oliveira

Abstract

Este trabalho faz uma análise da relação entre a governança corporativa e a variação do preço das ações das 10 empresas que mais valorizaram e das 10 empresas que mais desvalorizaram no ano-base de 2018. Por meio do grau de qualidade composto por quatro dimensões e 16 assertivas de respostas binárias, mensurou-se a governança corporativa, com a criação de um índice de governança corporativa (IGC). A análise dos dados foi realizada por meio da análise das médias do IGC e das variáveis complementares das empresas que mais valorizaram e que mais desvalorizaram.

Após a análise, pôde-se concluir que as 10 empresas que mais valorizaram apresentaram a média do IGC menor do que as 10 empresas que mais desvalorizaram, o que foi confirmado pelo Teste-t para igualdade de médias, cujo resultado foi negativo e significante. Ao contrário do que apregoa boa parte da fundamentação teórica apresentada, o resultado empírico mostrou que as empresas que mais valorizaram apresentaram menor índice de governança, o que sugere que melhores práticas de governança podem não levar à valorização das ações.

References

Barth, M. E., Konchitchki, Y., & Landsman, W. R. (2013). Cost of capital and earnings transparency. Journal of Accounting and Economics, 55(2-3), 206-224. Doi: 10.1016/j.jacceco.2013.01.004

Borges, W. G., da Silva, E. C., Rech, I. J., & Carvalho, L. F. (2016). Efeito da divulgação de informações contábeis sobre o desempenho das ações de empresas que migraram para o nível de governança corporativa novo mercado. Revista Eletrônica de Administração e Turismo-ReAT, 8(4), 870-889.

Colombo, J. A., & Galli, O. C. (2010). Governança corporativa no Brasil Níveis de governança e rendimentos anormais. Revista de Gestão dos Países de Língua Portuguesa, 9(4), 26-37.

Cooper, D. R., & Schindler, P. S. (2016). Métodos de Pesquisa em Administração-12ª Edição. McGraw Hill Brasil.

Da Silva, A. L. C., & Leal, R. P. C. (2005). Corporate governance index, firm valuation and performance in Brazil. Brazilian Review of Finance, 3(1), 1-18.

Da Silva Cunha, R., Dos Santos, J. G. C., & Dos Santos, G. P. (2017). Governança corporativa, valor e desempenho econômico: estudo nas maiores empresas de capital aberto da BM&Bovespa. Revista Conhecimento Contábil-UERN/UFERSA-ISSN: 2447-2921, 5(2).

De Carvalho, G. (2003). Efeitos da migração para os níveis de governança da

Bovespa. Working paper USP.

De Carvalho, G. & Pennacchi, G. (2007). Can voluntary market reforms promote efficient corporate governance? Evidence from firms’ migration to premium markets in Brazil. Working paper USP.

De Jesus Lameira, V., & Ness Jr, W. L. (2011). Os determinantes da qualidade da governança praticada pelas companhias abertas brasileiras. Revista de Negócios, 16(3), 33-52.

De Vilhena, F. A. C., & Camargos, M. A. (2015). Governança corporativa, criação de valor e desempenho econômico-financeiro: evidências do mercado brasileiro com dados em painel, 2005-2011. REGE-Revista de Gestão, 22(1), 77-96.

Drobetz, W., Schillhofer, A., & Zimmermann, H. (2004). Corporate governance and expected stock returns: Evidence from Germany. European financial management, 10(2), 267-293.

Fernandes, N. A. C., de Oliveira Dias, W., & da Cunha, J. V. A. (2010). Governança corporativa no contexto brasileiro: um estudo do desempenho das companhias listadas nos níveis da BM & FBOVESPA. Revista organizações em contexto, 6(11), 22-44.

Field, A. (2009). Descobrindo a estatística usando o SPSS-2. Bookman Editora.

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Pratique ou explique: análise qualitativa dos informes de governança corporativa (2018). SP: IBGC, 2019. 69p.

Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of financial economics, 3(4), 305-360.

Leuz, C. & Verrecchia, R. (2000). The economic consequences of increased disclosure. Journal of Accounting Research, 38:91–124.

Da Silva Macedo, M. A., & Corrar, L. J. (2012). Análise comparativa do desempenho contábil-financeiro de empresas com boas práticas de governança corporativa no Brasil. Revista Contabilidade e Controladoria, 4(1).

Maranho, F. S., da Fonseca, M. W., & Frega, J. R. (2016). Governança corporativa e desempenho das empresas diante da crise econômica global de 2008: uma análise de dados em painel. Revista de Administração da Universidade Federal de Santa Maria, 9(2), 293-311.

Myers, S. C., & Majluf, N. S. (1984). Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of financial economics, 13(2), 187-221.

OECD (1998a) Global Corporate Governance Principles. Paris: OECD.

OECD (1998b) Corporate Governance: Improving Competitiveness and Access to Capital in Global Markets. Paris: OECD.

Procianoy, J. L., & Verdi, R. S. (2009). Adesão aos Novos Mercados da BOVESPA: Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2--Determinantes e Consequências. Revista Brasileira de Finanças, 7(1).

Ross, S. A. (1977). The determination of financial structure: the incentive-signalling approach. The bell journal of economics, 23-40.

Vieira, K. M., Velasquez, M. D. P., Losekann, V. L., & Ceretta, P. S. (2011). A influência da governança corporativa no desempenho e na estrutura de capital das empresas listadas na Bovespa. Revista Universo Contábil, 7(1), 49-67.

Published

2021-02-09

Issue

Section

Ciências Sociais Aplicadas