A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NA LITERATURA INFANTIL
Abstract
Este artigo está desenvolvido em torno dos Projetos “Identidade e Diversidade Cultural”, Facig, Psicologia, 2017; “Estudos de Gênero e etnia na literatura e sua repercussão na sociedade”, UEMG, 2017, financiamento, PAPq. A palavra minoria tem aparecido antepondo-se a adjetivos que apontam para grupos marginalizados ao longo do processo de construção da historiografia e história literária do Brasil. Assim se diz: discurso de minorias, literatura de minorias, cotas para a minoria, etc. Esse termo minorias vem sendo utilizado de forma tão frequente que seus usuários ainda não se deram conta de que num processo de mestiçagem envolvendo brancos, índios e negros, o produto será sempre mestiço, visivelmente ou não; de maneira que a maioria vem sendo chamada de minoria. Nosso argumento é respaldado pelo censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Segundo o referido, os afrodescendentes compõem cerca de 54% da população –, contudo, grande parte da mídia e de outros propagadores de conteúdos ideológicos tendem a minorá-los frente a população branca; não só de forma socioeconômica como também de forma quantitativa. A literatura tem a função social de representar a sociedade e, nesse processo, exerce influência muito significativa na psique da criança negra. Este estudo aborda a importância do uso de literaturas infantis na vida da criança, em queo negro não seja representado como subalterno, mas como personagem principal, despertando o imaginário da criança, de forma meritória, para a cultura africana, que teve significativa influência na formação da cultura brasileira, criando, assim, no leitor, orgulho de sua raça e a conscientização de outras crianças para o respeito à diversidade cultural, realmente, naturalmente.References
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