O FEMININO A PARTIR DO TEATRO E DO ROMANCE DE JOSÉ DE ALENCAR: A LITERATURA COMO UM ESPAÇO DE RESISTÊNCIA POLÍTICO-SOCIAL

Autores

  • Ana Paula Silva Santana Universidade Federal de Ouro Preto

Resumo

O objetivo deste texto consiste em compreender o feminino na comédia e no romance de José de Alencar. Falaremos sobre as personagens femininas construídas nas tramas do autor a fim de pensarmos as obras inseridas na modernidade, momento de intensa “aceleração do tempo” e reorganização da linguagem, em que certas palavras passam a ser disputadas e tornam-se conceitos. Assim, “mulher” e “feminino” assumem um novo papel quer na linguagem quer em certos espaços sociais. O Romantismo enxerga o feminino/a mulher por diferentes perspectivas e, no que mais nos interessa, por um viés de crítica social ao próprio papel das mulheres no espaço urbano, a partir do paradigma da individualidade e da subjetividade. Dessa forma, nosso objetivo é acompanhar, na literatura e no campo linguístico, especialmente a partir do Romantismo, como o feminino/a mulher foi se reconstituindo, mesmo que inicialmente, no interior do Brasil na segunda metade do século XIX.

Referências

ALENCAR, José de. As Azas de um anjo: comédia em um prólogo, quatro atos e um epilogo. 1 ed. Rio de Janeiro: Soares e Irmão. 1860.https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/4633. Acesso em11 de julho de 2020.

______Lucíola. Rio de Janeiro: Typ. Franceza Arfvedson, 1862. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/4664.Acesso em julho de 2020.

______Teatro completo. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Teatro, 1977.

______Ao correr da pena.São Paulo :Typ. Allemã. 1874

ARAUJO, Valdei Lopes. A experiência do tempo na formação do império do Brasil: autoconsciência moderna e historicização. Revista de História (USP), v. 159, p. 103, 2008.

JANCSÓ, I, PIMENTA, J. P. G. Peças de um mosaico: apontamentos para o estudo da emergência da identidade nacional brasileira. In: Carlos Guilherme Mota (org.).Viagem Incompleta 1500-2000 - A experiências Brasileira. São Paulo: SENAC São Paulo Editora, v. 1, 2000, p. 127-175.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado. Rio de Janeiro: Ed. PUC Rio/ Contratempo, 2006.

LÖWY, M. Judeus heterodoxos: messianismo, romantismo e utopia. São Paulo: Perspectiva, 2012.

MAIA, Claudia. Gênero e Historiografia: um novo olhar sobre o passado das mulheres. Caderno Espaço Feminino. Uberlândia-MG, v. 28, n. 2, Jul./Dez. 2015. Disponível em: file:///C:/Users/anapa/Downloads/34172-139133-2-PB.pdf. Acesso em julho de 2020.

MATTOS, Ilmar. Construtores e herdeiros:a trama dos interesses na construção da unidade política. Almanack Braziliense, n°01, 2015.

PERERA, Luisa Rauter. SENA, Hebert Faria.A historicidade do político. O debate sobre representação e cidadania no império brasileiro (1823-1840). Historia da Historiografia, v. 1, p.261, 2017.

PERROT, Michelle. Minha história das Mulheres. São Paulo, editora Contexto, 2007.

SILVA, Marinete dos Santos. Clientes e circuitos da prostituição no Rio de Janeiro do século XIX. Dimensões, vol. 29, 2012, p. 374-391. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/dimensoes/article/viewFile/5414/3999. Acesso em 23 de maio de 2020.

RAGO, Margareth. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar - Brasil 18901930. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

Downloads

Publicado

2021-01-29

Edição

Seção

Ciências Humanas