DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA INFÂNCIA
Resumo
O acidente vascular encefálico isquêmico (AVE-i) na infância, apesar da relevância clínica, ainda é uma patologia subvalorizada. Trata-se de um relato o caso de AVE-i na infância, com ênfase no perfil clínico e epidemiológico, bem como discutir sobre as dificuldades em estabelecer um diagnóstico etiológico. Relata-se um o caso da paciente de 5 anos, do sexo feminino, sem relatos de comorbidades prévias, e evoluindo com quadro súbito de hemiparesia completa proporcionada a direita e disartria, de caráter transitório, todavia com ictus recorrente após 48 horas. O AVE-i em crianças é um evento subvalorizado, todavia com grande impacto clínico e funcional. As dificuldades em estabelecer o diagnóstico etiológico continua sendo um grande desafio. A maioria dos AVC-i na infância, tem uma doença de base como anemia falciforme, cardiopatias congênitas ou adquiridas, vasculopatias, bem como as coagulopatias. Aproximadamente 30% dos AVE-i pediátricos e a maioria dos AVE-i em recém-nascidos não apresentam fatores de risco evidentes. O AVC na infância tem etiologia multifatorial e na maioria das vezes há uma doença de base envolvida, nem sempre com o fator etiológico evidente. O diagnóstico precoce tem impacto direto no prognóstico do paciente, tendo em vista as complicações clínicas e limitações funcionais importantes.Referências
ADAMS, R.J. et al. Long-term stroke risk in children with sickle cell disease screened with transcranial Doppler. Annals of Neurology, n.42, p. 699-704, 1997.
BARINAGARREMENTERIA, F., et al. Causes and mechanisms of cerebellar infarction in young patients. Stroke, v.28, n.12, p. 2400-2004, 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Manual de rotinas para atenção ao AVC. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013.
CASAROTTO, V.J; da ROSA C.L.L. Estudo de caso: M.A.R. Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquêmico e hemiplegia. EFDeportes Rev. Digi. n.16, 2011.
CICCONE, S.; CAPPELLA, M.; BORGNA-PIGNATTI, C. Ischemic Stroke in Infants and Children: Practical Management in Emergency. Stroke Research and Treatment. Ferrara-Italia, p.8, 2011.
ELISA, F.C. Paediatric Stroke: Review of the Literature and Possible Treatment Options, including Endovascular Approach. Stroke Research and Treatment, p.11, 2011.
GRUNWALD, I.; REITH, W. Non-traumatic neurologicak emergencies: imaging of cerebral eschemia.
Eur Radiol, n.12, p. 1631-1647, 2002.
GABIS, L.V; YANGALA, R.; LENN, N.J. Time lag to diagnosis of stroke in children. Pediatrics, n. 110, p. 924-928, 2002.
HUTCHISON, J.S. et al. Cerebrovascular disorders. Semin Pediatr Neurol. n. 11, p. 139-146, 2004.
JORDAN, L.C. Assessment and treatment of stoke in children. Current Treatment Options in Neurology, n.10, v.6, p. 399-409, 2008.
LYNCH, J.K. Cerebrovascular disorders in children. Curr Neurol Neurosc Rep, n.4, p. 129-138, 2004.
MACHADO, A.B.M. A vascularização do sistema nervoso central e barreiras encefálicas. In Machado
A. Neuroanatomia funcional. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, p. 87-99, 2006.
MATUSHITA, H. et al. Doenças cérebro-vasculares na infância. Rev Bras Neurol Psiq, v.2, n.18, p. 165-175, 2014.
MERGENTHALER, P; DIRNAGL, U.; MEISEL, A. Pathophysiology of stroke: lessons from animal models. Metab Brain Dis. N.19, p. 151-167, 2004.
RANZAN, J. Seguimentos de recém-nascidos, crianças e adolescentes com acidente vascularcerebral isquêmico. 2008. Tese (Doutorado em Pediatria) – Programa de Pós Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2008.
SINCLAIR, A.J. Stroke in Children With Cardiac Disease: Report From the International Pediatric Stroke Study. Group Symposium, v. 52, n.1, p.5-15, 2015.
TAKEOKA, M.; TAKAHASHI, T. Infectious and inflamatory disorders of the circulatory system and strok in chidhood. Neurology, n.15, p. 159-164, 2002.
The WHO stepwise approach to stroke surveillance. Overview and Manual (version2.0). Noncommunicable Diseases and Mental Health. World Health Organization. Disponivel em :< http://www.who.int/chp/steps/stroke/en/ > Acesso em 01 out 2017.
WEIN, T.H. et al. Activation of emergency medical services for acute stroke in a nonurban population: the T.L.L. Temple Foundation Stroke Project. Stroke, n. 31, p. 1925-1928, 2000.
WRAIGE, E. et al. Neurocysticercosis masquerading as a cerebral infacrt. J Child Neurol, n.18, p. 298-300, 2003.