AVALIAÇÃO INTEGRADA DA SAÚDE DO IDOSO DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19: FATORES DE RISCO, REPERCUSSÕES NA SAÚDE E IMPACTOS PSICOLÓGICOS

Autores

  • Nathalia Costa Macedo Noronha
  • Ana Caroline Gusmão de Matos
  • Carmem Isaura Salles do Nascimento
  • Erasmo de Almeida Júnior

Resumo

Introdução: Os idosos são considerados um grupo de risco para o COVID-19, estando expostos a maiores números de agravos e maior mortalidade por essa infecção. O sistema imunológico nessa faixa etária apresenta-se no processo de imunosenescência, com perdas de funções, aumentando a incidência e gravidade das doenças infecciosas. Além disso esse grupo apresenta algumas características fisiológicas que somam para quadros de complicações, como doenças crônicas, imobilidade e estado inflamatório1. Ademais, durante a pandemia, há o aumento do risco de surgimento de problemas de saúde mental e piora dos sintomas psiquiátricos já existentes, prejudicando ainda mais a qualidade de vida e a funcionalidade dos idosos 2,3. A partir disso, o trabalho visa analisar de maneira integrada à saúde do idoso durante a pandemia, focando em seus fatores de risco e impacto psicológico. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura sobre a avaliação integrada da saúde do idoso durante a pandemia do COVID-19. Para a realização desta pesquisa procedeu-se as seguintes etapas: seleção do tema e dos descritores, definição da base de dados para busca, interpretação dos resultados e apresentação da revisão. A seleção de periódicos foi realizada por meio das plataformas United States National Library of Medicine/National Institutes of Health (PubMed), Scientific Eletronic Library Online (Scielo), BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), utilizando os descritores “COVID-19”, “impacto psicológico”, “idosos”, “danos”, “saúde” em diferentes combinações. A partir disso, foram selecionados 7 artigos científicos publicados em 2020, em português e inglês. Foram excluídos os periódicos que não abordaram diretamente os impactos na saúde dos idosos. Resultados e discussão: Atualmente a população idosa no Brasil é de aproximadamente 30 milhões de pessoas, entre as quais, 60% apresentam hipertensão arterial sistêmica (HAS) e 23% diabetes mellitus. Essas situações crônicas aumentam o risco de complicações e óbito em caso de infecção pelo SARS-CoV-2, sendo, dessa forma, um assunto de suma importância a ser discutido. Devido a pandemia, foi recomendado a suspensão de maneira temporária das consultas eletivas nos Centros de Referência de Saúde da Pessoa Idosa, bem como das atividades nos Centros de Convivência do Idoso, com o intuito de não provocar aglomerações e diminuir a transmissão entre esse grupo de risco. Mas essa mudança no monitoramento e cuidado com a pessoa idosa se apresenta como uma problemática, visto que agora esse cuidado acontece por meio da telemedicina, redes sociais e telefonemas, em um país onde a população idosa apresenta baixa escolaridade e dificuldade de acesso aos recursos tecnológicos4,5. A partir disso fica claro que as medidas de prevenção a contaminação comunitária impactaram a todos, porém influenciaram ainda mais a população idosa no que se refere às mudanças nas relações familiares e nos hábitos regulares de vida e conflitos intergeracionais6. Com isso, nota-se que a população idosa tem a sua saúde atingida em amplos aspectos durante a pandemia, sobretudo, o psicológico. Sentem-se solitários, ansiosos e desesperados, acarretando sentimentos de negação podendo evoluir para depressão2. A relevância desse aspecto psíquico está ligada ao fato de que quando não disponibilizada a devida importância ao longo do tempo, os sintomas psicológicos tendem a ser intensificados e transformados em problemas neurológicos e neuromusculares7. Conclusão: Os idosos são destaque na pandemia COVID-19 por apresentarem alterações decorrentes da senescência ou senilidade. Ademais, o isolamento social e a impossibilidade de manutenção da autonomia do idoso têm se apresentado como aspecto desafiador na contemporaneidade, contribuindo para deterioração da saúde mental, física, qualidade de vida e funcionalidade desse grupo5.

Referências

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Publicado

2021-04-07

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Artigos