REFLEXÕES PSICANALÍTICAS SOBRE A PANDEMIA E O ATUAL CENÁRIO EDUCACIONAL: REVISITANDO FERENCZI
DOI:
https://doi.org/10.21576/pa.2021v19i5.2755Palabras clave:
psicanálise, Freud, pandemia, educação, luto, Ferenczi.Resumen
O presente artigo tem como objetivo analisar, sob a ótica da teoria psicanalítica, as recentes alterações nas formas de subjetivação e de adoecimentos psíquicos promovidos pela pandemia do novo vírus Covid-19. Para tanto, serão utilizadas algumas ideias de Sigmund Freud a fim de se pensar o processo de luto e a as perdas de objeto que fundamentam e estruturam a posição melancólica – o que, atualmente, ficou mais conhecido como depressão, devido às influências da nosografia psiquiátrica. De que forma esse contexto de mortes e perdas impactam os modos de ser e estar no mundo? Por que esse período de quarentena pode representar uma reviravolta nas configurações sociais e culturais presentes e futuras? Visando ampliar a discussão, o artigo se debruça, posteriormente, sobre o tema da educação e as alterações estruturais realizadas bruscamente pela imposição do isolamento social, que obrigou, de súbito, uma espécie de reinvenção da posição ocupada pela escola, abarcando professores, alunos e a comunidade como um todo. Neste âmbito da pesquisa serão abordados, essencialmente, alguns aspectos da teoria do psicanalista húngaro Sándor Ferenczi, principalmente no que tange à sua concepção de trauma psíquico, articulando esse conceito com a atual condição de desamparo afetivo que atravessa o contexto educacional pandêmico. Longe de propor respostas prontas, o trabalho apresentado problematiza as vivências de nossa época, salientando a importância da compreensão da subjetividade humana além dos fatores provenientes da racionalidade objetiva.
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