INFLUÊNCIA DO BALANÇO HÍDRICO NA MORTALIDADE PRECOCE DOS PACIENTES COM CHOQUE SÉPTICO – UMA REVISÃO DE LITERATURA
Resumen
O choque séptico é uma condição clínica grave que se destaca pela sua rápida
progressão e elevada taxa de mortalidade, comum nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTI), é definido como resposta inflamatória sistêmica descontrolada decorrente de
uma infecção, ameaçadora a vida e que frequentemente resulta em disfunções
orgânicas múltiplas, aumentando a morbidade e mortalidade desses pacientes, sendo
necessário uma intervenção médica imediata e precisa. Os principais elementos do
manejo e tratamento do choque séptico são os fluidos intravenosos, antibióticos,
controle do sitio de infecção, suporte ventilatório e uso de vasopressores. Nos últimos
anos, um debate tem sido levantado em relação a administração de fluidos
intravenosos para restaurar o volume sanguíneo e a pressão arterial. O balanço
hídrico, isto é, a quantidade de fluidos administrados em relação as perdas, tem sido
alvo de intensa pesquisa e controvérsia. O presente artigo objetiva realizar uma
revisão de literatura abrangente sobre a influência do balanço hídrico na mortalidade
precoce de pacientes com choque séptico, visando também analisar como a
adequação do balanço hídrico se relaciona com a duração da internação na UTI,
complicações clinicas e necessidade de suporte ventilatório. Para isso, foi realizado
uma pesquisa por artigos acadêmicos publicados nas seguintes bases de dados:
Biblioteca virtual em saúde, PubMed, Scielo, google acadêmico e PebMed. A pesquisa
se deu através de termos como “balanço hídrico na sepse” “choque séptico” “fluido
terapia no choque séptico” “sepsis hydrating review” “fluid management in sepsis”
onde foram selecionados 34 artigos. Ao analisar tais estudos, foi notório que muito se
fala sobre os prejuízos relacionados entre a sobrecarga de fluidos, podendo levar a
piora da função respiratória, piora de coagulopatia, aumento da probabilidade de
edema cerebral e aumento da pressão intra-abdominal. Durante um estudo, foi
concluído que o balanço hídrico positivo acumulado entre 48, 72 e 96h está
relacionado com maior taxa de mortalidade em pacientes internados com choque
séptico na UTI. Entretanto, em uma revisão sistemática dos ensaios controlados
realizados entre 1980 e 2016, não foi encontrado nenhuma diferença significativa
entre a mortalidade dos pacientes que receberam uma abordagem de fluidos restritiva
ou o tratamento padrão. Sendo assim, pode – se concluir que apesar dos resultados
encontrados nessa revisão bibliográfica, a quantidade e qualidade das evidências em
relação ao efeito direto do balanço hídrico na mortalidade dos pacientes com choque
séptico, é baixa e não houve conclusões sólidas de benefícios ou danos. Portanto, fazse
necessário estudos randomizados e controlados para produzir uma forte fonte de
evidência sobre as estratégia conservadora e liberais de fluidos e seus impactos.